domingo, 8 de julho de 2012



Não, pequena sereia, não saia do mar, não se desfaça de sua cauda.
No mar é melhor. Você é livre, pode ser você mesma, não há quem a diga aonde deve ir e o que fazer, a quem amar e a quem se entregar.
Vá, sereia menina, tome o seu mar para si e seja feliz nele.
Aqui em cima as coisas são muito diferentes.
As pernas nos prendem e nos dizem o tempo todo que devemos mantê-las bem fechadas, assim com nossas mentes.
Não, menina, não venha para cá, você será somente mais um peixe que desejarão fisgar, comer o rabo e jogar a cabeça fora.
Daqui olho o mar e vejo que ele é grande demais para você desejar deixá-lo.


Mãe Janaina, Rainha do Mar,
Amada Afrodite, Espuma Brilhante,
Danu, Mãe Amorosa.
Deusas do Mar, não permitam que a sereia deixe o seu mundo e se perca no mundo que não é seu.
E se possível, Mãe Azul, Mãe Vermelha, Mãe Rosa, leve-me de volta. Deixe-me  banhar novamente no seu mar e me lembrar de onde vim e quem sou.
Um dia deixei essa terra-água e me perdi aqui em cima, na terra dos homens.
Mas, Mãe Profunda, eu não sou daqui.


Debaixo d'água tudo era mais bonito, mais azul, mais colorido...
Mas tinha que respirar!


Agora eu sinto saudades... do mar!

 
 

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