terça-feira, 30 de outubro de 2012



O dilema da sereia
Ao contrário do que muita gente pensa, a sereia não é um ser solitário. Ela não se diverte em matar aqueles que a amam e nem sofre com sua condição de metade gente metade peixe.
Na verdade, ela sofre do mesmo problema das mulheres modernas: a incompreensão.
Afinal de contas, essas mulheres têm descoberto que no fundo elas são sereias. Não são as sereias que sofrem por serem metade peixe e metade mulher. As mulheres que sofrem por terem se esquecido de sua natureza aquática.
Mesmo porque o mar é a metáfora mais perfeita do inconsciente feminino: profundo, traiçoeiro, mas rico e belo. E é ele que alimenta o que está na superfície.
O mar na verdade, existe dentro da mulher, e quando ela se esqueceu de sua natureza, se esqueceu de seu mar, de sua fonte primeira, ela perdeu sua cauda, e se perdeu de si mesma.
Ela não é solitária, ela só não teme enfrentar o mar, e não precisa de ninguém para carrega-la nessa viagem. Por que os homens morrem? Simplesmente porque se perdem nesse mar.
Mas ainda há de haver aqueles que se arriscam a se aventurar nas profundezas do feminino. E pode ter certeza, ao retornarem, o que trazem são experiências maravilhosas e esse mar nunca mais os deixará.

Nenhum comentário:

Postar um comentário